Amigo ou Inimigo?


Mensagens se transformaram em telefonemas. De um telefonema, na sexta-feira, um convite. O não atendimento do convite acarretou em um acidente. Um acidente que deu início a um interesse. Do interesse, surgiu uma preocupação que acabou em um cinema no sábado. Cinema este que despertou uma dúvida. Eram em quatro. Dúvida excluída no terceiro encontro, domingo. Decisão tomada no dia seguinte; agora, um triângulo. Na quinta-feira, já não bastavam só os olhares, seus lábios não exitaram em se encontrar arduamente; confirmada a paixão. Paixão que prosseguiu como começou, repleta de turbulências e imprevistos. Em quatro meses, só havia lugar para dois. E assim foi: eram só os dois contra o mundo e contra “seus mundos”. Quatro segundos para um olhar, quatro minutos para um interesse, quatro horas para uma dúvida, quatro dias para uma paixão, quatro semanas intensas, quatro meses para o inevitável... e assim passaram-se quatro anos! Às vezes o tempo voa; outras vezes, um segundo parace uma eternidade. Por essas e outras que acabamos vendo o tempo como nosso inimigo: ou por querermos que ele pare, para nos deliciarmos mais com os bons momentos ou por querermos que ele passe, para deixarmos bem distante das nossas lembranças as dores causadas pelos maus momentos.

Tudo tem uma razão de ser


Noite fria, uma boa taça de vinho, fotos e recordações. Sua única companhia era Cazuza, que repetia incansavelmente: “Pra que mentir, fingir que perdoou. Tentar ficar amigos sem rancor. A emoção acabou...” Refugiada em um chalé na serra, precisava viver aquele momento sozinha, todo ele até o fim. Mulher forte e decidida, sempre soube o que queria, mas que um dia resolveu rasgar sua “lista” e viver uma única vez sem programar seus passos, sem pensar no futuro. Em frente à lareira, só pensava que grande engano cometera em deixar tão soltas as rédeas do seu destino. Não que seja errado viver assim de forma imprevisível, mas para ela não havia dado certo. Aliás, será que não? Quem disse que dar errado quer dizer não dar NADA certo? Os erros de ontem podem trazer muitos e grandes acertos de agora em diante.

O que você faria?


O relógio marcava 08:13. Atrasada, pegou a mala e correu, pois o táxi já estava a sua espera. Faltou energia em todo o bairro, acabou ficando 13 minutos presa no elevador. Chovia muito naquela manhã. As ruas estavam alagadas, os buracos tomaram conta da cidade; e foi só o taxista desviar um minuto da sua atenção para cair dentro de um deles. Pneu furado! Ela colocou as mãos na cabeça em sinal de desespero e lembrou-se: “Hoje é sexta-feira 13”. Enfim, chegou ao aeroporto. Enquanto corria para fazer o check-in, do alto-falante veio a informação: “Última chamada para o voo 6613, embarque imediato portão 13.” Esse era o seu avião. Ela não era supersticiosa, mas além de não aguentar mais ver o número 13, cada passo que dava parecia ir de encontro àquela viagem! Na corrida até o portão de embarque, o salto do seu sapato quebrou. Nesse momento, ela parou de correr e só conseguia pensar duas coisas: "Tem algo errado. Será que devo dar “ouvidos” aos sinais que estou recebendo e não prosseguir? Ou deixo os “grilos” de lado, já que contratempos podem ocorrer na vida de qualquer um?"

O tempo fala por si


O despertador tocara na hora de costume. Deitada, ainda de olhos fechados, reunia forças para se levantar e poder começar mais um dia. Andava sem ânimo, pois nada acontecia para agitar aquela vida morna que ela levava nos últimos meses. Abriu os olhos e caiu da cama com tamanho susto: seu quarto estava coberto por rosas vermelhas e, no meio destas, lá estava ele: lindo, mais magro, com um sorriso emocionado vindo do canto da boca e olhos brilhando como se quisessem gritar algo. Quanta saudade! Há meses eles não se viam. Foram dias muito difíceis, porém um tempo necessário para que pudessem enxergar, com a cabeça e o coração, o quanto eram importantes na vida um do outro. Nunca um abraço havia sido tão desejado, nunca um beijo havia sentido tanto sabor, e principalmente, nunca mais nada e ninguém separaria novamente aquele casal, que se amou desde o primeiro instante.