Diário de "uma" bebê


“Meu 1º mês de vida foi assim: dei muito trabalho a mamãe. Chorava muito a noite, mas só quando estava com fome. Mas esse choro não deixava ninguém do bairro dormir a madrugada toda, por isso fui logo apelidada de Tetéu. Sempre fazia muito xixi, porque tomava muito leite. Por falar nisso, quando fiz 4 meses, papai me levou ao Aeroclube, que era onde ele trabalhava. Estava sendo uma manhã muito divertida ... até a hora que papai me jogou para cima, me parou lá no alto e disse: "- Mija na cara do papai, Tetéu, mija." Como escutava sempre que quando os pais mandam, nós temos que obedecer, aproveitei essa ocasião para colocar esse aprendizado em prática: fiz xixi toda orgulhosa na cara do papai. Achei que todos iam me parabenizar por ser "uma" bebê obediente, mas as pessoas começaram foi a rir. Os adultos são tão estranhos...vai entender!? Aprendi também com 4 meses a fazer caretinhas, até hoje faço, mas muito pouco, só quando vejo o tio Paulo Marcos, pois sei que é quando ele vai me levar pra passear. Com 5 meses, comecei a sentar e engatinhar. Meus dentinhos também começaram a aparecer nessa época, isto me aborreceu bastante, adoeci, mas superei. Aos 6 meses eu disse “papa”, a mamãe me ensinava a dizer “mama”, mas eu só queria dizer “papa”. A insistência foi tanta que com 7 meses, por livre e espontânea pressão, eu disse “mama”, ela ficou muito feliz. Aos 9 meses eu estava dando meus primeiros passinhos, era divertido para todos de casa, eles me colocavam em pé aí eu dava 1, 2, 3 passos e caía. Com 10 meses já andava pela casa toda sozinha e não caía mais. Nessa época, já tinha os 4 dentinhos e às vezes dava uma mordidinha nas coisas para testar se eles eram fortes. Agora tenho 12 meses, 6 dentinhos e também falo “titi”. Adoro as minhas tias e a vovó, só não aprendi ainda a falar “vovó”, mas logo, logo vou dizer esta palavra difícil que é de uma pessoa que eu amo muito. Ah, também sou um pouco gulosa, gosto de comer muito, puxei ao meu papai. Às vezes sou geniosa, mas só quando quero alguma coisa e não me dão, isso já não sei a quem puxei. Detesto ficar presa, gosto muito de ficar correndo pela casa e mexendo nas coisas das minhas tias e da vovó. Elas ficam apavoradas quando pego uns vidrinhos cheios de água que elas ganharam de presente de uma viagem que não sei quem fez a uma tal de França, pois uma vez reguei as plantinhas feias do jardim com aquela água cheirosa pensando que as flores iam ficar mais bonitas. Acho que todos aqui de casa estão começando a se arrepender de terem me ensinado a andar; reparei que depois que reguei o jardim estou sempre presa no cercadinho. Mas não entendi o porquê, pois não quebrei nadinha, eu juro!”

PS: Esse diário é real e foi escrito pela minha mãe há quase 30 anos. Eu resumi e dei meu toque especial ao texto. Espero que inspire os futuros pais a fazer o mesmo, pois é emocionante ler seus primeiros meses de vida após tantos anos. Recordar é viver!

Amor de verão - Parte Final


Sentindo a brisa do mar, vendo o nascer do Sol, ouvindo palavras carinhosas ao invés de reclamações e brigas como de costume; não teve dúvidas: naquela manhã de quinta-feira, decidiu ficar mais uns dias com ela na praia. Foram dias muito intensos, imprevisíveis e bem vividos. Na noite de sábado, ele a sentiu angustiada, mas ela não quis conversar sobre o assunto e só lhe fez um pedido: “Toca aquela música pra mim até eu dormir?” Ele havia composto uma música para ela e cantou incansavelmente até vê-la pegar no sono. Na manhã seguinte, o músico acordou e não a sentia entre seus braços. Levantou o rosto, olhou a sua volta, mas deparou-se só com um bilhete: “Assim que te vi, eu te quis, mas era só por uma noite. Porém, as coisas acabaram fugindo do meu controle. Não ia conseguir falar isso olhando nos teus olhos, mas ... sou noiva, vou casar essa semana. Eu vim à praia para relaxar antes do casamento e fazer a minha despedida de solteira, mas nunca pensei que passaria por uma situação como esta. Espero que me perdoe. Não podemos mais nos ver, mas saibas que nunca vou te esquecer.” Ele não acreditava no que estava acontecendo, o sonho acabara antes do que imaginava. Mas tudo tem uma razão de ser, e para ele esses dias o fizeram ver como estava acomodado há anos com uma "vida sem vida" e com uma pessoa que não o fazia feliz. Logo, apesar do desfecho, não poderia nunca ter qualquer sentimento negativo por aquela mulher que mudou o seu destino e que o fez se sentir vivo novamente.